Ozório estava perdido no mato, caminhando em círculos por 30 dias, 30 tardes e 30 noites. Foi quando avistou um sinal de fumaça rosa, depois a fumaça ficou verde, depois vermelha, depois amarela. Ozório foi em direção a fumaça colorida e cada vez que se aproximava, escutava vozes. As vozes cada vez mais nítidas e Ozório ouviu alguém cantar:
Ela não gosta da minha roupa. Vive falando do meu cabelo. Reclama sempre do meu estranho jeito de falar. Mas quando beija a minha boca. Perde a cabeça e fica louca. É uma questão de tempo até você se entregar.
Quando Ozório adentrou mais a fundo, viu pessoas coloridas, com calças apertadas coloridas, com cabelos espetados coloridos. Com mamilos expostos coloridos e uma freira de saia plissada usando um alargador da Hello Kitty de 20mm na orelha esquerda colorida. Eles pisavam forte, em sincronia, levantando uma poeira lilás. Foi quando a dança parou e um deles percebeu a presença de Ozório.
- Meu nome é Ozório. – Disse ele para as pessoas estranhamente coloridas.
- Meu nome é Pé Lanza e essa é minha Tribo. – Respondeu o líder com um guaxinim morto em formato de cocar na cabeça, vestindo uma calça verde, um cinto laranja, uma camiseta amarela e um sutiã neon dos Thundercats.
Ozório tentou correr dali, mas ele foi envolvido pela dança e pelas cores e não conseguiu fujir. As cores, as fumaças, os cabelos, os guaxinins com cheiro de formol, tudo aqui o hipnotizou e desde então, Ozório não é mais o mesmo. Ozório não faz mais coisas de Ozório.
Ozório não usa mapa. Ele rosqueia mamilos clandestinos para saber sua posição na órbita da terra.
Ozório não usa relógio. Ele esmaga formigas africanas, cospe café descafeinado na cara do tio Geraldo e canta Celine Dion às 5h15 da manhã.
Ozório não frita hambúrguer. Ele espreme tetas bovinas até que seu pedido no Burguer King não seja atendido.
Ozório não pede nudes no instagram. Ele manda tetas murchas com maionese no direct da MC Pipokinha.
Ozório não votou no Bolsonaro. Seus mamilos cheiram à fascismo, ditadura escandinava e Pedro de Lara.
Ozório não usa sapatênis. Ele come pastel de amendoim e cheira emos no centro da cidade.
Ozório não come feijão. Ele gruda bigodes coloridos na cara dos bolivianos.
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